Era Outono!
Era uma tarde de Outono!
Mas era Inverno que fazia!
Martinho, soldado romano
Cavalgava…
E o seu dever cumpria!
Rubra capa o protegia,
De tão grande temporal!
Eis que seu olhar vislumbra
Alguém que gemendo… sofria!
Sua alma generosa
Encheu-se de compaixão!
Parou! Olhou!
E… lentamente observou!
Martinho ouviu
Com comoção,
Pedidos de auxílio,
De súplica,
Daquele mendigo,
Ali estendido…
No chão, húmido e gélido!
Todo molhado!
Tão mísero!
Tão sofrido!
Martinho,
Sem hesitar,
Em sua espada pegou
E… num repente
Em duas, a sua capa cortou!!!
De sorriso nos lábios,
Na mãos do pobre deixou
De sua capa a metade
A outra… p’ra si ficou!!!
E eis que se deu o milagre!!!
As nuvens que até aí
Poderosas, no céu reinavam,
Espantadas de tanta bondade
Se afastaram!
Afastaram-se para o sol ver
Aquele gesto generoso
Daquele nobre soldado.
O sol também gostou…
Também gostou, do que viu
E abrindo seus braços dourados
O rei dos astros sorriu!
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